Trabalho como fundamento de cidadania e aprendizado político: O operariado português no propulsar da Revolução dos Cravos (1968-1974)
Resumen
O presente artigo tem por objetivo trazer para o debate a importância e a força do movimento operário em Portugal no período anterior à Revolução dos Cravos, como basilar das conquistas e lutas travadas no período democrático. Ressaltamos a necessidade de debatermos teoricamente, mesmo que de forma breve, as concepções de classe e consciência de classe na composição da materialidade histórica por que toma o trabalho. Para tanto, utilizaremos fundamentalmente um diálogo bibliográfico, centrado na perspectiva teórica de Edward Thompson bem como trabalharemos com um periódico importante à compreensão do período, o Avante! Clandestino. Buscaremos demonstrar que, contrariamente a uma posição historiográfica na academia, os movimentos sociais em Portugal no período ditatorial não estavam “adormecidos”, mas sim aglutinando forças de resistência frente ao Estado Novo. Os movimentos de trabalhadores e a importante influência do operariado serão aqui atores delimitantes na composição do nosso objeto.
Citas
BIBLIOGRAFIA
ARCARY, Valério. As Esquinas Perigosas da História: Um estudo sobre a história dos conceitos de época, situação e crise revolucionária no debate marxista. Tese apresentada ao Departamento de História da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP. São Paulo, 2000.
CABREIRA, Pamela Peres. “Semeando Ventos o Governo Colherá Tempestades”: Crise marcelista e a vaga revolucionária em Portugal (1968-1974). Dissertação (Mestrado em História), 2017. 157 f. Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro – Programa de Pós-Graduação em História. Seropédica – 2017.
LINDEN, Marcel van der. Trabalhadores do Mundo – ensaios para uma história global do trabalho. Campinas: Editora da Unicamp 2013.
MARTINHO, Francisco Carlos Palomanes. Corporativismo e trabalho: Estado, classes trabalhadoras e organização sindical em Portugal e no Brasil. In. O corporativismo em português: Estado, política e sociedade no salazarismo e no varguismo (org.) MARTINHO, Francisco Carlos Palomanes; PINTO, António Costa. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2007.
MAXWELL, Kenneth. O Império Derrotado: Revolução e democracia em Portugal. São Paulo: Companhia das Letras, 2006.
NOVO, Ângelo. O 18 de Janeiro na história das ideias. In. Greves e conflitos sociais em Portugal no século XX. (coord.). VARELA, Raquel; NORONHA, Ricardo; PEREIRA, Joana Dias. Lisboa: Edições Colibri, 2012.
PATRIARCA, Fátima. Taylor no Purgatório: O trabalho operário na metalomecânica pesada. Análise Social, vol. XVIII (71), p.435-530, 1982-2º.
POPINIGIS, Fabiane. E.P.Thompson e a experiência da classe trabalhadora. AMORIM, Henrique; SILVA, Jair (orgs.). Classes e lutas de classes. São Paulo: Annablume, 2015.
POULANTZAS, Nicos. A crise das ditaduras: Portugal, Grécia, Espanha. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1976.
THOMPSON, Edward. A miséria da teoria: ou um planetário de erros. Rio de Janeiro: Zahar, 1981.
THOMPSON, Edward. As peculiaridades dos ingleses e outros artigos. Campinas: Editora da Unicamp, 2002.
VARELA, Raquel Cardeira. A persistência do conflito industrial organizado: greves em Portugal entre 1960 e 2008. Revista Mundos do Trabalho, v. 3, n.6, pp. 151-175, 2011.
VARELA, Raquel. História do Povo na Revolução Portuguesa. Lisboa: Bertrand, 2014.
FONTES
Avante! Clandestino. Arquivo Biblioteca Nacional de Portugal. Fundo J.1316 A (1970-1974). Ano 39 (n. 412, 413, 415, 416, 417, 419); Ano 41 (n. 426, 429, 430, 431, 436); Ano 42 (n. 439, 446, 447, 450, 453, 454, 457, 459, 460, 461); Ano 43 (n. 450, 451, 453, 454, 457, 458, 461); Ano 44 (n. 464).
INSTITUTO Nacional de Estatística. Portugal. Disponível em: <https://www.ine.pt/xportal/xmain?xpid=INE&xpgid=ine_pesquisa&frm_accao=PESQUISAR&frm_show_page_num=1&frm_modo_pesquisa=PESQUISA_SIMPLES&frm_texto=1973&frm_modo_texto=MODO_TEXTO_ALL&frm_data_ini=&frm_data_fim=&frm_tema=QUALQUER_TEMA&frm_area=o_ine_area_Institucional>. Acesso em 15 dez de 2015.
BANCO DE PORTUGAL. Relatório do Conselho de Administração – Gerência 1970. Balanço, Contas. Revista Económica e Financeira. 1º Volume. Lisboa: Tipografia do Banco de Portugal, 1971.
Declaro que, caso este manuscrito seja aceito, concordo que mantenho os direitos autorais e concedo à Revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons (CC-BY) que permite o compartilhamento com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista. <a rel="license" href="http://creativecommons.org/licenses/by/4.0/"><img alt="Licença Creative Commons" style="border-width:0" src="https://i.creativecommons.org/l/by/4.0/88x31.png" /></a><br />Este obra está licenciado com uma Licença <a rel="license" href="http://creativecommons.org/licenses/by/4.0/">Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional</a>.