(In)Confiabilidade da Memória como Introdução à interpretação Temporal da Lembrança: um diálogo com Aleida Assmann

(Un)Reliability of Memory as an Introduction to Temporal Interpretation of Remembrance: a dialogue with Aleida Assmann

Palavras-chave: Interpretação; Memória; (In)confiabilidade; Metáfora; Duração.

Resumo

O princípio reflexivo do texto é o da duração vinculada a três predicações sob dimensão paradoxal. Essa dimensão paradoxal evidencia tensões em relação a compreensão da memória refletidas sob ideias de história. Por isso, racionalizar tensões da memória no paradoxo da duração não dispensa as relações de junção e disjunção de história/memória tendo a hermenêutica como constituição. Nesse caso, o texto baseia-se na relação predicações e paradoxo da duração diretamente ligado a memória: armazenamento, funcionalismo e imagem-lembrança. Predicações ordenadas em nome da compreensão do sujeito da memória como: passividade, ambivalência e coincidência. Contudo, as tensões da memória são consideradas válidas na indispensável ligação com o corpo sob discussão a partir das lembranças. Portanto, essas predicações inerentes ao paradoxo da duração possuem como ponto de partida a (in)confiabilidade da memória que refletem as dimensões do corpo entre metáfora e sistema.

Biografia do Autor

Rodrigo Tavares Godoi, UNIR

Doutor em História pela Universidade Federal de Goiás (UFG) e professor de Teoria e Filosofia da História da Universidade Federal de Rondônia (UNIR) com lotação no Departamento Intercultural Campus Ji-Paraná. Coordenador do projeto de pesquisa“Usos e Abusos da Memória: um problema de metodologia para a história”, sob financiamento da FAPERO (2018-2020). E:mail: rodrigo.godoi@unir.br 

 

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Publicado
2020-07-01