O MUNDO CTÔNICO DE PÃ: RURALIDADE E FESTA NA GRÉCIA DO PERÍODO CLÁSSICO

  • Leandro Mendonça Barbosa

Resumo

Quando tratamos do ctonismo na Grécia antiga, logo nos remetemos à questão do telúrico, da associação do divino com a terra. O ctônico seria, então, uma abstração imaginária do rural, sendo esta ruralidade afastada do seio das poleis; costumes campesinos que, por não serem completamente conhecidos pelas camadas mais abastadas da sociedade políade, eram também misteriosos.

O conceito de ctonismo – termo já existente entre os próprios Gregos – estudado por diversos especialistas durante vários séculos encontra em Pierre Chantrene sua definição mais cara, onde as divindades ctônicas seriam aquelas que, por serem de mundos diferentes do urbano, ligadas a chóra, denotariam um caráter misterioso. Estes mistérios não se resumiriam ao distanciamento promovido pelo ambiente rural, mas também denotariam uma associação com a morte, com o mundo inferior – sendo este abaixo da terra – e também com a sexualidade: “(...) ‘bas, à ras de terre’ dans des acceptions plus ou moins métaphoriques, jusqu'aux sens de ‘humble’ et ‘vil’.” (CHANTRENE, 1999, p. 1259). O que proporemos neste trabalho é o enquadramento do conceito de ctonismo em uma criatura conhecida pelo seu caráter rural e festivo: o daímon Pã.

Biografia do Autor

Leandro Mendonça Barbosa

Esta pesquisa fez parte de um projeto maior, sobre as representações do ctonismo na cultura grega, que foi apresentado como tese de Doutorado na Universidade de Lisboa no ano de 2014.

Doutor em História Antiga pela Universidade de Lisboa. Docente do curso de História da Universidade Católica Dom Bosco (Campo Grande/MS). leandromemorialista@gmail.com

Referências

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Dossiê