Em lugar de pena, taco de sinuca; de uísque, garrafa de cerveja: A contracultura na poesia marginal na ditadura civil-militar brasileira

  • Alexandre Vinicius Gonçalves do Nascimento

Resumo

Ao pensarmos acerca da contracultura como forma de
posicionamento contrário diante de um sistema político e social por meio do
estudo do corpo, do comportamento e da negação às regras impostas,
contestando maneiras e hábitos tradicionais vigentes numa sociedade,
propomos uma discussão sobre a postura e a escrita contra cultural dos
poetas tidos como marginais no período da ditadura civil-militar no Brasil.
Nesse sentido, queremos chamar atenção para o fato de que a poesia marginal
utilizou da irreverência, do deboche, da ironia, do humor e das abreviações
para representar uma linguagem informal e quotidiana diante de um período
repressivo e autoritário; se posicionando assim contra uma postura tradicional
de poesia como texto erudito e de poeta como ser iluminado. Além disso, há
uma negação desses poetas com os aspectos de editoração, já que os artistas
mimeografavam os poemas, produziam os seus textos em materiais artesanais,
alternativos; vendiam/distribuíam sua arte em bares, shows, cinemas e teatros.
A antologia 26 poetas hoje, de 1976, nos ajuda a pensar na maneira com que
esses artistas organizavam e escreviam seus poemas, utilizando de temas que
demonstram suas posturas e posicionamentos, assim como a inserção desses
poetas no meio editorial em vista da coletânea organizada por Heloisa Buarque
de Hollanda.
Palavras-chave: Contracultura; poesia marginal; ditadura civil-militar.

Publicado
2014-06-30
Edição
Seção
Ensaios de Graduação