Demonologia, bruxas e estereótipos

  • Helen Ulhôa Pimentel

Resumo

Resumo:O presente trabalho reflete sobre a análise de Delumeau, que explica a eclosão da repressão aos agentes da magia como decorrência das teorias demonológicas desenvolvidas pelo cristianismo; analisa as recomendações presentes no Malleus Maleficarum - relatório responsável pelo surgimento da Inquisição - de que fosse estabelecida uma vigilância permanente sobre as mulheres, presas fáceis do Demônio, e por isso potencialmente bruxas, que permitiam ao diabo a prática de todas as maldades; e finalmente, as reflexões realizadas a partir desse corpus levaram a explorar a documentação inquisitorial portuguesa, em busca de elementos que pudessem indicar como inquisidores e colonos estabelecidos na América portuguesa, viam a mulher e as práticas mágicas. Foram escolhidos alguns exemplos que revelam a construção de estereótipos recaindo sobre determinados tipos de mulher, indicando que aCelestina, de Rojas, era um modelo ainda presente no imaginário daquela sociedade. Confirmava-se assim que para aquela sociedade, a mulher, essencialmente lasciva, má, fraca e sujeita às influências do Diabo, era potencialmente uma bruxa, apesar da magia não ser exclusividade feminina. 


Palavras-chave: Demonologia; Malleus Maleficarum; Gênero

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Seção
Dossiê