Salvador em revolta: alguns olhares para a revolta islâmica na Bahia em 1835
Resumo
Este ensaio de graduação pretende analisar o levante de escravos mais sério e de maior repercussão ocorrido no Brasil: a revolta dos malês em 1835 na Bahia. Sendo sucedida na cidade de Salvador e ter um caráter essencialmente urbano, a revolta contou com mais de 600 insurgentes africanos que se juntaram em torno de um objetivo em comum: lutar contra a exploração e a dominação da coroa portuguesa e dos senhores baianos. Esse marcante episódio de resistência africana durou menos de 24 horas, pois, os insurgentes estavam mal instrumentalizados no sentido bélico frente às tropas imperiais. Nesse sentido, fica claro que os rebeldes africanos tinham pouca chance de sucesso. A religião islâmica foi um fator de extrema importância para a articulação e planejamento, uma vez que, esteve presente na revolta e se tornou um dos principais pilares dos revoltosos, embora, não se deve excluir ou omitir a participação de outras religiões nesse episódio, apesar de poucos adeptos. A revolta envolveu apenas escravos africanos – de variadas etnias (nagôs, haussás, jejês, entre outras) – excluindo-se assim a participação de crioulos, mestiços e indígenas. A revolta dos malês ocorreu no contexto do período regencial (1831-40) e foi mais uma, de muitas revoltas desse conturbado período, onde aspirações e desejos de uma sociedade melhor se encontraram e se formularam em torno de insurreições e rebeliões.
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