Paul Gilroy e a Black Britain: a figuração-performativa da narrativa e a escrita antirracista da história
Paul Gilroy and ‘the Black Britain’: the figuration-performative of narrative and the writing of antiracist history
Resumo
Este artigo procura investigar a imaginação histórica de Paul Gilroy, que diz respeito às formas estéticas em que o/a historiador/a constrói o passado antes de explicá-lo por instrumentos conceituais. Através da teoria da performatividade da figuração da narrativa histórica, proposta por Maria Inês La Greca, analisa-se as disputas narrativas que envolvem a obra de Gilroy articuladas ao contexto político racial do Reino Unido na segunda metade do século XX. Por esta perspectiva pragmática, procura-se pensar as estratégias de Gilroy no enfrentamento do racismo britânico, que acabam influenciando seu conceito de diáspora. Ao longo do texto, questiona-se quais refigurações narrativas e performances textuais Gilroy realizou e se é possível pensar uma prática historiográfica antirracista em sua obra.
Referências
BUTLER, Judith. Problemas de Gênero: feminismo e subversão da identidade. Rio de Janeiro: Civilização Brasileiro, 2017.
CENTRE for Contemporary Cultural Studies. The Empire Strikes Back: race and racism in 70s Britain. Londres: Routledge, 2005 [1982].
CERTEAU, Michel De. A escrita da História. 2 ed. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2010.
CHAKRABARTY, Dipesh. Al Margen de Europa: pensamiento poscolonial y diferencia histórica. Barcelona: Tusquets Editores, 2008.
DOS SANTOS, Pedro Afonso Cristóvão; NICODEMO, Thiago Lima; PEREIRA, Matheus Henrique de Faria. Historiografias periféricas em perspectiva global ou transnacional: eurocentrismo em questão. Estudos Históricos, Rio de Janeiro, vol. 30, n. 60, p. 161-186, 2017.
DWORKIN, Dennis. Paul Gilroy and the Pitfalls of British Identity. In: FISCHER, Rebecka Rutledge; GARCIA, Jay. Retrieving The Human: reading Paul Gilroy. New York: Suny Press, 2014, p. 31-52.
FABIAN, Johannes. O Tempo e a escrita sobre o Outro. In: SANCHES, Manuela Ribeiro (org.). Deslocalizar a “Europa”: antropologia, artes, Literatura e História na Pós-colonialidade. Lisboa: Edições Cotovia, 2005, p. 63-100.
FANON, Frantz. Os condenados da terra. Juiz de Fora: Editora UFJF, 2005.
FRYER, Peter. Staying Power: the history of black people in Britain. London: Pluto Press, 2010 [1984].
GILROY, Paul. Black Britain: A Photopraphic History. London: Saqi, 2011.
_______. O Atlântico negro: modernidade e dupla consciência. São Paulo: Editora 34; Rio de Janeiro: Universidade Cândido Mendes, Centro de Estudos Afro-Asiáticos, 2012 [1993].
_______. Small Acts: Thoughts on the politc of black culture. London: Serpent’s Tail, 1993.
_______. There Ain’t No Black in the ‘Union Jack’: the cultural politic of race and nation. London: Hutchinson, 1987.
GUHA, Malini. Black Britain: A Photographic History by Paul Gilroy; The Ghosts of Songs: The Film Art of Black Audio Film Collective, edited by Kodwo Eshun and Anjalika Sagar; Exiles, Diasporas and Stranges, edited by Kobena Mercer, Visual Culture in Britain, London, vol. 11, n. 1, p.129-134, 2010.
GUIMARÃES, Manoel L. Salgado. Historiografia e cultura histórica: notas para um debate. Ágora, Santa Cruz do Sul, vol. 11, n. 1, p. 31-47, 2005.
HALL, Stuart. Da diáspora: identidades e mediações culturais. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2013.
LA GRECA, Maria Inês. Historia, figuración y performatividade: crítica y persistencia de la narración en la Nueva Filosofía de la Historia. Tese (Doutorado em Historia) - Facultad de Filosofia y Letras, Universidad de Buenos Aires, 2013, 313p.
MITCHELL, W. J. T. O que as imagens realmente querem? In: ALLOA, Emmanuel (org.). Pensar a imagem. Belo Horizonte: Autêntica, 2015, p.165-189.
MUDROVCIC, Maria Inês. La nación, el tiempo histórico y la modernidad: la historia como síntoma. Revista de la Facultad de Filosofía, Ciencias de la Educación y Humanidades de la Universidad de Morón, Buenos Aires, vol. 17, p. 25-38, 2012.
PEREIRA, Ana Carolina Barbosa. Precisamos falar sobre o lugar epistêmico na Teoria da História. Tempo e Argumento, Florianópolis, v. 10, n. 24, p. 88-114, 2018.
QUIJANO, Aníbal. Colonialidade del poder y clasificación social. Journal of World-Systems Research, Pittsburgh, v. 6, n. 2, p. 342-386, 2000.
_______. Colonialidade do poder, Eurocentrismo e América Latina. In: LANDER, Edgardo. A colonialidade do saber: eurocentrismo e ciências sociais. Perspectivas latino-americanas. Buenos Aires: CLACSO, 2005, p.117-142.
RUFER, Mario. La temporalidad como política: nación, formas de pasado y perspectivas poscoloniales. Memoria y Sociedad, Bogotá, vol. 14, n. 28, p. 11-31, 2010.
SAMANTRAI, Ranu. Sedentary and Mobile Poetics. Paul Gilroy and the Aesthetic of Postcolonial Theory. In: FISCHER, Rebecka Rutledge; GARCIA, Jay. Retrieving The Human: reading Paul Gilroy. New York: Suny Press, 2014, p. 131-159.
SETH, Sanjay. Back to the future? Third World Quartely, London, vol. 23, no. 3, p. 565-575, 2002.
TOMICH, Dale. Resenha “O Atlântico negro” e “Small Acts”. Afro-ásia, Salvador, n. 17, p.252-259, 1996.
TRAPP, Rafael Petry. História, raça e sociedade: notas sobre a descolonização e historiografia brasileira. Revista de Teoria da História, Goiânia, vol. 22, n. 02, p. 52-77, 2019.
WHITE, Hayden. Historiografía e historiofotía. In:______. Ficción histórica, historia ficcional y realidad histórica. Buneos Aires: Prometeo Libros, 2010, p. 217-227.
_______. Meta-história: A Imaginação Histórica do Século XIX. São Paulo: Editora da USP, 1995.
Declaro que, caso este manuscrito seja aceito, concordo que mantenho os direitos autorais e concedo à Revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons (CC-BY) que permite o compartilhamento com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista. <a rel="license" href="http://creativecommons.org/licenses/by/4.0/"><img alt="Licença Creative Commons" style="border-width:0" src="https://i.creativecommons.org/l/by/4.0/88x31.png" /></a><br />Este obra está licenciado com uma Licença <a rel="license" href="http://creativecommons.org/licenses/by/4.0/">Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional</a>.