AFINIDADES ELETIVAS ENTRE OBRAS DE MANOEL DE BARROS E AS ARTES PLÁSTICAS SUL-MATO-GROSSENSES

  • Dayne Saibert Universidade Federal de Mato Grosso do Sul
  • Maria Luceli Faria Batistote Universidade Federal de Mato Grosso do Sul
Palavras-chave: Manoel de Barros. Artes plásticas. Figurativização. Sentido.

Resumo

Dotada de discurso único, a obra de Manoel de Barros além de evidenciar a relação do homem com o Pantanal sul-mato-grossense, possui, sobretudo, conexão com as artes plásticas. Este diálogo, percebido por meio do sentido de liberdade que o poeta desenvolve em seus poemas, iniciou-se em um curso de pintura realizado no Museu de Arte Moderna, em Nova Iorque, onde conheceu artistas que influenciaram a base pictórica de sua poética, tais como Chagall, Picasso, Miró, Klee e Van Gogh. Nessa conjuntura, com o propósito de observar afinidades eletivas entre a obra de Manoel de Barros e as artes plásticas sul-mato-grossenses, no tocante aos temas e figuras recorrentes, como a citação das águas na paisagem pantaneira, seja na linguagem verbal (poemas) ou na linguagem visual (pintura), seleciona-se como corpus as produções pictóricas dos artistas plásticos José Ramão Pinto de Moraes (Jorapimo) e Stefan Grol, que retratam a paisagem pantaneira, e as obras de Manoel de Barros: Livro de pré-coisas (1985), O guardador de águas (1989), O livro das ignorãças (1993) e Menino do Mato (2010). Para tanto, busca-se, a partir dos pressupostos teóricos e metodológicos da semiótica de linha francesa, descrever e interpretar o plano do conteúdo, em especial os temas e figuras, o plano da expressão, o verbal e o visual, e as relações semissimbólicas entre os dois planos nos textos. Para a concretização da pesquisa, serão mobilizadas, principalmente as abordagens semióticas realizadas por Greimas (1976), Greimas & Courtés (2008), Floch (1985), Fiorin (2002), Bertrand (2003), Barros (2000), Oliveira (2004), Pietroforte (2004), Assis-Silva (1995).

Referências

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Publicado
2019-09-04