Tanoeiros e luveiros na época Moderna: trabalho, sociabilidade e cultura material

  • João Furtado Martins Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa/ CEHR-UCP/CLEPUL

Resumo

Os processos instaurados pelo Tribunal do Santo Ofício constituem uma fonte rica e polivalente, para diversos estudos relativos à sociedade da Época Moderna. O trabalho que propomos realizar, vem na sequência desta abordagem mais ampla do conteúdo dos processos inquisitoriais, que ultrapassa o estudo dos delitos e das penas. O nosso estudo incidirá sobre os tanoeiros e luveiros que foram alvo da máquina repressiva do Santo Ofício de Lisboa, entre os séculos XVI e XVIII. O objetivo principal será o de compreender as dinâmicas sociais e laborais destes indivíduos, sem contudo omitir a tipologia dos crimes cometidos. Este trabalho tem ainda o intuito de através dos casos individuais que serão apresentados, contribuir para trazer a lume as tipologias de bens declarados ao Santo Ofício por parte dos réus em causa.


Palavras-Chave: Tanoeiros, Luveiros, Inquisição.

Biografia do Autor

João Furtado Martins, Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa/ CEHR-UCP/CLEPUL

Doutorando em História Moderna na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. Bolseiro de Doutoramento da Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT). Investigador no CEHR-UCP e no CLEPUL. O trabalho desenvolveu-se no âmbito da bolsa de doutoramento com a referência FRH/BD/110670/2015. (Email: jhmartins1986@gmail.com)

Referências

BIBLIOGRÁFICAS

ALVES, Milene Loirinho. A Real Casa dos Expostos de Lisboa e a Aprendizagem dos Ofícios (1777-1812). Dissertação (Mestrado em História, especialidade deHistória Moderna e Contemporânea) - Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, Lisboa, 2013.

BARAHONA, Victoria López, SÁNCHEZ, José A. Nieto. El Trabajo en la Encrucijada: Los Artesanos Urbanos en la Europa de la Edad Moderna. Madrid: Los Libros de la Catarata, 1996.

BRAGA, Isabel M. R. Mendes Drumond. Confeiteiros na Época Moderna: Cultura Material, Produção, e Conflituosidade. In: SOARES, Carmen e MACEDO, Irene Coutinho de (coord). Ensaios sobre Património Alimentar Luso-Brasileiro. Coimbra: Imprensa da Universidade de Coimbra, 2014, p. 165-192.

________________. Bens de Hereges. Inquisição e Cultura Material Portugal e Brasil (séculos XVII-XVIII). Coimbra: Imprensa da Universidade de Coimbra, 2012.

________________. A Produção Artesanal. In: DIAS, João José Alves (coord). Nova História de Portugal. Do Renascimento à Crise Dinástica. Vol. 5, Lisboa: Presença, 1998, p. 182-194.

CAETANO, Marcelo. A História da Organização dos Mesteres na Cidade de Lisboa. Braga: [s.n.], 1959.

CARVALHO, Rosário Salema de. O Regimento do Ofício de Ladrilhadores da Cidade de Lisboa. Revista de Artes Decorativas. Porto, n.º 5, pp. 79-105, 2012.

CRUZ, António Cruz. Os Mesteres do Porto: Subsídios para a História das Antigas Corporações dos Ofícios Mecânicos. Porto: Emp. Ind. Gráfica, 1943.

FERREIRA, J.A. Pinto. Os Mesteirais na Administração Pública em Portugal. Porto: Edições Maranus, 1951.

GUEDES Roberto. Ofícios Mecânicos e Mobilidade Social: Rio de Janeiro e São Paulo (Sécs. XVII-XIX). Topoi. Rio de Janeiro, vol. 7, n.º 13, pp. 379-423, 2006.

GUICHETEAU, Samuel. Les Ouvriers en France 1700-1835. Paris: Armand Colin, 2014.

HAEMERS, Jelle. Révolte et Requête. Les Gens de Métiers et les Conflits Sociaux dans les Villes de Flandre ( XIII-XV siécle). Revue Historique. Paris: Presses Universitaire de France, nº 677, pp. 27-56, 2016.

HESPANHA, António Manuel. História das Instituições: Épocas Medieval e Moderna. Coimbra: Almedina, 1982;

_______________. As Vésperas do Leviathan: Instituições e Poder Político (Portugal, séc. XVIII). Coimbra: Almedina, 1994.

LECERF, Florence. La Sociedad Granadina de Principios del siglo XVI: contratos de Aprendizaje y Cartas de Servicio. In: RAMÍREZ María Isabel Montoya e ESCOBARGonzalo Águila (coord). La Vida Cotidiana a través de los Textos (ss. XVI-XX). Estudios. Granada: Editorial Universidade de Granada, 2009, p. 17-46.

LIMA, Carlos. Artífices no Rio de Janeiro (1790-1808). Rio de Janeiro: Apicuri, 2008.

MACEDO, Jorge Borges de. Problemas de História da Indústria Portuguesa no Século XVIII. 2ª edição. Lisboa: Editorial Querco, 1982.

MADUREIRA, Nuno Luís. Cidade: Espaço e Quotidiano (Lisboa, 1740-1830). Lisboa: Livros Horizonte, 1992.

_____________. Mercado e Privilégios. A Indústria Portuguesa entre 1750 e 1834. Lisboa: Editorial Estampa, 1997.

MARTINS, Mónica. Entre a Cruz e o Capital: Mestres, Aprendizes e Corporações de Ofícios no Rio de Janeiro (1808-1824). Tese (Doutoramento em História Social) - Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2007.

MATTA, Glaydon Gonçalves. Tradição e Modernidade: Práticas Corporativas e a Reforma dos Ofícios em Lisboa no Século XVIII. Dissertação (Mestrado em História) - Universidade Federal Fluminense, Rio de Janeiro, 2011.

MELO, Arnaldo, POLÓNIA, Amélia, MADUREIRA, Nuno Luís. História do Trabalho e das Ocupações. 3 vols. Oeiras: Celta Editora, 2001.

MELO, Arnaldo Sousa. A Organização dos Mesteres do Porto em Tempos Manuelinos: Entre Permanências e Mudanças. In Atas do III Congresso Histórico de Guimarães. III Congresso Histórico de Guimarães. D. Manuel e a Sua Época. 2001, Guimarães, p. 369-389, 2001.

REIS, Lysie. Os Homens Rudes e muito Honrados Mesteres. Revista da Faculdade de Letras: Ciências e Técnicas do Património. Porto, vol IV, p.235-259, 2005.

RIOS, Wilson. A Lei e o Estilo: a Inserção dos Ofícios Mecânicos na Sociedade Colonial Brasileira. Salvador e Vila Rica (1690-1790). Tese (Doutoramento em História) - Universidade Federal Fluminense, Rio de Janeiro, 2000.

SANTOS, Beatriz. O Corpo de Deus na América: A Festa de Corpus Christi nas Cidades da América Portuguesa – século XVIII. São Paulo: Annablume, 2005.

____________. Os Senhores do Tempo: a Intervenção do Bispado na Procissão de Corpus Christi no século XVIII. Tempo. Niterói, n.º 33, pp. 165-190, 2012.

SERRÃO, Vítor. O Maneirismo e o Estatuto Social dos Pintores Portugueses. [Lisboa]: Imprensa Nacional Casa da Moeda, 1983.

SILVA, Maria da Graça. Leis e Saberes do Ofício de Alfaiate na Época Moderna: O Caso da Cidade de Lisboa Setecentista. Dissertação (Mestrado em História Moderna) - Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, Lisboa, 2012.

FONTES MANUSCRITAS:

Lisboa, A.N.T.T., Inquisição de Lisboa, procs. 12579; 1543; 2368; 5594; 4788; 2903; 5322; 2578.

FONTES IMPRESSAS:

LANGHANS, Paul. As Corporações dos Ofícios Mecânicos: Subsídios para a sua História, com um estudo de Marcelo Caetano. 2 vols. Lisboa: Imprensa Nacional de Lisboa, 1943-1946.

Publicado
2018-12-04